
Ou seja, o sujeito transcendental, como já explicado antes, não pode existir.
Ou existe o sujeito absoluto, Ato Puro, que é a Substância divina, ou existe o sujeito relativo, com as duas potências de Percepção e Apetição, movidas pela ação do Intelecto e da Vontade, que atualizam sempre um limite dentro do Ser divino que é o único objeto de qualquer intuição possível.
Isto quer dizer que as idéias de “união mística”, “visão beatífica”, etc. correspondem mais ao gnosticismo de uma falsa deificação que nega a forma substancial do ser humano enquanto ser limitado, do que ao ideal cristão de reencarnação e de vida paradisíaca conforme o que Deus revelou sem confusão já nos fatos da vida humana atual.
A felicidade do ser limitado está em reconhecer a Graça própria de realizar a sua Apetição dentro do seu limite, pois nada que transcendesse a razão de ser da sua limitação lhe faria jamais sentido.
Assim, ao invés de querer ser como Deus, uma idéia transhumanista que nega a forma criada pelo Altíssimo, o que sempre é uma mentira e, no fundo, um desejo de morte, a satisfação da nossa forma substancial está em querer viver com Deus, ou seja, não a idéia de uma união que significaria apenas dissolução, mas a idéia de comunhão que é a condição de realização, no ser limitado, da sua Apetição.