Função dual das causas aristotélicas

As causas Material e Eficiente da filosofia aristotélica caracterizam a qualidade objetiva da Percepção, como função para a agência moral da liberdade das Mônadas, ou ainda, conferem a qualidade da Nitidez da Percepção da qual deriva o conhecimento da Multiplicidade.

Já as causas Formal e Final da mesma filosofia caracterizam a qualidade subjetiva da Percepção, ou a própria instância da atualização da liberdade, ou ainda, conferem a qualidade da Cristalinidade da Percepção da qual deriva a intuição da Unidade.

A tentação do Poder, na forma da Idolatria, provém da obsessão com as causas Material e Eficiente, o saber de quê as coisas são feitas, e o de como elas são feitas, como território de domínio da psique humana pela Multiplicidade.

Já a liberdade do Amor, na forma da vida na Presença, provém da apreciação das causas Formal e Final, o saber de quê as coisas são, e o de para o quê elas são, como território da contemplação amorosa do Ser como Unidade.

Em suma: a riqueza objetiva da Percepção, no seu detalhe, é uma condição da atualização da liberdade das Mônadas criadas, de modo que o livre-arbítrio atribua quididade e finalidade para os seres conforme a sua conveniência e possa, assim, abrir-se para a Presença ou para a Idolatria.

Quando falamos, por exemplo, da sublimação da inviolabilidade das causas, da irreversibilidade dos efeitos, e da finitude da escassez, falamos da escolha de crença na superação das qualidades derivadas da observação das causas Material e Eficiente, em favor de uma mais conveniente apreciação das causas Formal e Final.

O par de causas Material-Eficiente tende ao Múltiplo e à dispersão, ou centrifugacidade da alma, enquanto o par de causas Formal-Final tende ao Uno e à concentração, ou centripetacidade da alma.

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