Quando afirmo que o Pacto Ouroboros é a Tradição Primordial, refiro-me a um princípio espiritual que unifica na origem toda a evolução da humanidade nos seus diversos ramos.
A idéia me foi sugerida por uma premissa comum nos estudos das religiões comparadas: a de que havia, nos primórdios da história humana, uma única religião que posteriormente foi dividida em tradições diversas. É claro que eu inverti o propósito comum do Perenialismo: identifiquei essa união primordial com a religião da Torre de Babel antes da dispersão causada por Deus em Gênesis 11, e depois fui mais além ainda, e identifiquei a Tradição Primordial com a Religião de Adão, a Religião do Homem, o Culto do Ouroboros.
Dito isso, as iniciações satânicas podem ter muitas formas e sabores, às vezes por caminhos aparentemente insuspeitos para a mente extremamente crédula e ingênua do ocidental comum.
O que pode haver de comum, enfim, entre, por exemplo, espiritismo ou necromancia, artes marciais, festas orgiásticas, maçonarias, a divulgação de ídolos da música e do cinema, sacrifícios de sangue, esoterismos ou ocultismos em geral, meditação transcendental, uso de drogas alucinógenas, yoga, bruxaria, o culto da democracia, pactos entre mafiosos, doutrinas gnósticas, rituais religiosos e organizações especializadas em chantagem?
São todas práticas potencialmente iniciáticas que revelam um aspecto daquela Tradição Primordial, do Culto do Ouroboros. O inimigo do homem diversifica nos investimentos que faz na sua Perdição.
Vamos ver o que nos diz o Daniel Mastral neste outro trecho de “O Descortinar da Alta Magia“:

A “verdade” que o autor está confirmando é aquela da Tradição Primordial: a Gnose que propõe que o homem seja o deus de si mesmo, capaz de manipular e dominar a natureza e a si mesmo para obter o seu próprio bem de forma totalmente independente do Amor divino.
Não podemos negar a realidade das energias, nem dos canais de acesso aos poderes ínferos (os “portais”, ou “chakras”), pois o que nos interessa não é o conhecimento da Multiplicidade que há debaixo da Unidade divina, mas sim a consciência da nossa decisão de confiar no Amor ou traí-lo em nome do Poder.
Há quem confunda a consistência da riqueza e do detalhe da Criação com a veracidade do propósito do uso desse conhecimento para finalidades que devem ser moralmente julgadas de forma independente. Isso se dá por influência dos espíritos de Idolatria e Ingenuidade, como consequência da rejeição aos dons de Presença e Vigilância, respectivamente.