Os Rejeitados, filme por Alexander PAYNE

Neste filme três pessoas frustradas se consolam mutuamente, demonstrando algum amor mútuo, mas sem alcançar nenhuma grande sublimação da situação geral de sofrimento: O Professor, o Aluno e a Cozinheira.

O Professor não teve a carreira acadêmica que teria desejado, tornando-se um tanto ressentido, e um pouco alcoólatra; o Aluno perdeu a presença do pai para uma doença mental, e se viu afastado da mãe que se casou novamente e o matriculou num internato, nem sequer pode passar o Natal em família; e finalmente, a Cozinheira perdeu o filho, morto na Guerra do Vietnã.

Apesar da última nota positiva, que se dá por um bonito sacrifício do Professor em favor do Aluno (para que ele não seja expulso e enviado para uma escola militar, o que equivaleria a enviar o pobre coitado para o Vietnã), em geral o filme é deprimente e não passa muito disso.

Existem vitórias morais inúteis no contraste entre os nossos três personagens e os outros seres humanos que não são tão sensíveis e corretos, mas isto não chega a lugar nenhum, já que o filme teve que mostrar sucessivamente a fraqueza moral própria dos protagonistas, com exceção da Cozinheira.

O fracasso profissional ou familiar, inclusive o luto, deveria servir para nos aproximar de Deus. O filme não dá a mínima bola para essa possibilidade espiritual. Embora a Cozinheira seja religiosa, ela mal consegue rebater o ateísmo do Professor, que está convencido da superioridade doutrinária das filosofias humanas, especialmente na forma do estoicismo de Marco Aurélio.

Onde está a felicidade da Vida na Presença? Onde está o repouso na Providência divina? Onde está a consolação na Ressurreição?

Nenhuma notícia… tudo o que importava era ser feliz nesta vida, aqui e agora, e nos termos que se pressupunha corretos.

O filme não faz bem, além de ser bastante chato. Até mesmo a trilha sonora é cansativa, e o texto cheio de clichês. As melhores coisas do filme são a paisagem e a beleza de alguns atores, ou seja, justamente aquilo que foi Deus quem fez, e não o próprio homem.

Nota espiritual: 3,7 (Moriquendi)

Humildade/Presunção4
Presença/Idolatria4
Louvor/Sedução-Pacto com a Morte3
Paixão/Terror-Pacto com o Inferno3
Soberania/Gnosticismo4
Vigilância/Ingenuidade4
Discernimento/Psiquismo4
Nota final3,7

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