Citação L0032-C02, em Guerreiros da Luz, por Daniel MASTRAL.



Parece que essa aliança de Daniel com Isabela tem como função o engano mútuo a respeito daquilo que tem a aparência do divino, mas que não é.
Eis o que é divino: a confiança no Amor do Pai.
Eis o que parece ser divino, mas não é: a aparência do Poder de Deus.
Se Daniel e Isabela se interessassem pela própria Palavra de Deus, ao invés de se dedicar tanto a reuniões religiosas, rituais de livramento, grupos de oração, etc., enfim, se eles se interessassem mais por Deus do que pela Religião, aprenderiam do Apóstolo Paulo que até o diabo pode se travestir de anjo de luz.
Tudo, absolutamente tudo o que me faz confiar mais no Amor divino sem garantias, sempre me aproxima de Deus.
Igualmente, tudo o que me faz confiar menos no Amor divino procurando garantias e sinais do Poder, sempre me distancia de Deus.
É por essa razão, inclusive, que aquele escritório de advocacia chamado Inferno peticiona e ganha o deferimento, junto a Deus, da permissão para enganar os incrédulos com manifestações impressionantes, como aparições angélicas. Este é o mesmo dispositivo que será usado ad nauseam no Fim dos Tempos, quando o Anticristo, bem como o Falso Profeta, receberá grande autoridade para enganar todas as nações da Terra.
O testemunho do casal Mastral nos prova cabalmente o quanto a Religião é corrosiva, destrutiva, da verdadeira vida espiritual.
A entrega a Deus deve ser total: a aceitação de todos os decretos divinos, até a morte. Quem faz essa entrega pode continuar vivendo com medo, como é muito natural e humano que ocorra, mas não vai trocar essa entrega, mesmo com medo, por garantias de proteções que sirvam para a falsa sensação de segurança nesta tão efêmera passagem por este mundo.
Daniel Mastral deveria saber que as boas sensações subjetivas são enganosas, porque na sua própria experiência do satanismo, na Irmandade, ele já tinha experimentado sensações muito boas que serviram apenas para o seu engano.
Também deveria saber que se ele se corrompeu pela visão de realidades interdimensionais antes, isso poderia continuar ocorrendo, apenas com o sinal trocado, ou seja, ao invés de simplesmente procurar um “outro lado” da disputa, seria mais prudente procurar o que está acima de todos os lados, ou seja, o Deus verdadeiro que é louvado e adorado exclusiva e diretamente, sem que seus anjos tenham que participar da particularidade da experiência humana.
Também deveria saber que, se ele mesmo já tinha notícia de que aquele local era suspeito, por sinais que sua inteligência já lhe tinha apontado, como a clara percepção de vasos marcados com sinais esotéricos, fora a sensação geral de desconforto e perigo, ele deveria receber o dom de Vigilância e virar a mesa em cima do seu culto religioso imediatamente, já que eles tinham escolhido aquele local. Porque eles foram incompetentes ou comprometidos. Os próprios satanistas mandaram a mensagem de que se ele estava no domínio deles, a culpa era dele. Por ser ingênuo, por rejeitar a Vigilância do Espírito Santo. A profunda carência emocional de Mastral lhe impediu de buscar uma vida espiritual independente de grupos, bem como uma vida sem a necessidade do tormento de namoros, noivados e casamentos. Foi assim que ele caiu nos braços do mal, desde sempre, através da ira e do desejo de pertencimento: a gangue da 29, os grupos de kung fu, a Irmandade, e finalmente a sua Igreja.
O que observamos, com tristeza, é que o que havia por trás da tremenda ira de Mastral, que ele sempre mostrou desde bem jovem, foi uma grande covardia de enfrentar a vida sozinho com Deus. Foi essa sua sucumbência diante do medo que o jogou nos braços de relacionamentos que mais o atormentaram do que o ajudaram no caminhar com Deus, bem como nos vários grupos que mais o distraíram, ou mesmo desviaram, do que o aproximaram da vida espiritual na Presença do Altíssimo.
Quando os vários satanistas membros da Irmandade mandaram mensagens, repetidas vezes, afirmando que Mastral ficaria sozinho, e que não haveria ninguém para ajudá-lo, isto era um óbvio sinal de que esse era o seu ponto fraco, o medo da solidão. Essa foi a brecha que serviu para ele ser intimidado, e para buscar refúgio em mentiras, como relacionamentos amorosos, ou grupos sociais, quando o único refúgio era a vida na Presença.
O patético da ilusão da salvação mútua do casal fica evidente pela linguagem empregada. “Como se Deus confirmasse a nossa aliança“. A que ponto chegamos? Quer dizer que o Altíssimo sobre todas as coisas moveria seus anjos para aparecerem para a confirmação da aliança entre esses dois filhos de Adão e Eva, para que eles apenas repetissem exatamente a mesma coisa, e como se não houvesse nada mais importante, como qualquer dom espiritual a respeito da Salvação? Isso é o cúmulo da Ingenuidade, já virou estupidez e total ignorância, e até mesmo narcisismo. É um gesto desesperado das duas partes do casal, como se fossem salvar um ao outro, e desejando que Deus fosse o fiador dessa insanidade.
Parece que tudo o que Daniel Mastral fez foi trocar um lado da Dialética do Ouroboros por outro: o da Revolução pelo da Tradição.
Por fim, devemos considerar aquilo que os autores, Daniel e Isabela, não quiseram: que o diabo é chamado por Jesus de Pai da Mentira.
Isso quer dizer que todos os enganos experimentados, seja através da visão de anjos, ou da confiança em instituições religiosas, foram permitidos com o subsídio legal da adesão ao espírito de Ingenuidade. Jesus mandou os cristãos serem astutos como as serpentes.
Mastral e sua esposa não fizeram isso, ou porque foram enganados, ou porque quiseram nos enganar. Isso só Deus sabe.