“O Reino Físico, o que é? Pura ilusão”

Citação L0032-C01, em Guerreiros da Luz, por Daniel MASTRAL.

Aqui temos uma manifestação de Isabela, a irritante esposa de Mastral, que aqui acabou por dar um tremendo testemunho gnóstico, assim, do nada, como se isso tivesse alguma coisa a ver com as coisas divinas, ou com o próprio Evangelho.

São dois problemas.

Em primeiro lugar ela fala de um tal “Reino Físico”, que eu nem sei bem o que é.

Tenho conhecimento de algo que nós chamamos de realidade: uma realidade em que existem experiências sensíveis, ou físicas, que possuem uma forma lógica, ou psíquica, e um sentido finalístico ou teleológico, ou espiritual. Tudo isso está junto numa só realidade que Deus criou.

Quando Isabela afirma que existe um “Reino Físico”, o que ela quer dizer? Que existem realidades paralelas? Ou dimensões paralelas? Ela não esclarece. Do nada tira da cartola esse conceito que não é bíblico, ou pelo menos não num sentido rigoroso. Fala-se, por exemplo, das coisas que se vêem, em contraste com as coisas que não se vêem, mas isso não configura a consistência de “reinos” separados. Isto é, ela está inventando alguma coisa, ou misturando alguma invenção que aprendeu em algum outro lugar (não no Evangelho).

Daí ela não só faz uma separação entre o que é Físico e o que é Espiritual em dois “reinos” diferentes, mas afirma que o “Reino Físico” é pura ilusão.

Essa é uma formulação totalmente gnóstica.

Jesus Cristo, o Filho de Deus, não tomou a forma de Filho do Homem, e nem ressuscitou também como Filho do Homem, para que nós acreditemos que o Reino Físico é pura ilusão. Ao contrário: a fisicalidade, ou corporeidade, foi totalmente justificada tanto pela Encarnação quanto pela Ressurreição. O Evangelho é o túmulo do Gnosticismo. Pelo menos para aqueles que crêem.

Uma parte do engano gnóstico é derivado da confusão entre o que é a verdadeira separação entre Luz e Trevas, uma Obra totalmente concentrada na vida espiritual, isto é, no sentido das coisas, com uma suposta separação entre esses “reinos” físico e espiritual. Isso decorre da falta dos dons divinos de Presença, Soberania e Discernimento, entre outros.

Por fim, Isabela afirma que Deus não resolve as coisas sozinho, o que em outras palavras significa: a Salvação não é uma Obra exclusivamente divina, ou seja, não é uma Graça pura.

E Deus não faria isso sozinho porque isso não nos traria nenhum conhecimento, ou aprendizado, ou seja, nenhuma Gnose.

Quer dizer, traduzindo: Deus não nos salva, Ele nos ensina o conhecimento através do qual nós nos salvamos a nós mesmos.

Gnosticismo puro.

Não tenho nada a objetar que as pessoas queiram ser gnósticas, se esta for a sua escolha que desde a Eternidade foi permitida por Deus. Meu problema é chamar esse tipo de doutrina de “cristã”. Porque isso não é, nunca foi, e jamais será.

Parece que Mastral, já bastante atrapalhado e confuso na sua própria experiência espiritual, ganhou um poderoso aporte de confusão da sua companheira. É como se diz: cônjuge é aquela pessoa que está sempre ao seu lado te ajudando a resolver os problemas que você não teria se fosse solteiro.

O medo da solidão é uma desgraça, uma grande porta aberta para o Inferno.

Mas os testemunhos ainda não acabaram. Sejamos generosos e esperemos que a qualquer momento na leitura esses enganos sejam remediados.

Deixe um comentário