Citação L-0032-C05, em Guerreiros da Luz, por Daniel MASTRAL.

Esta formulação está até que próxima do acerto, aparentemente, mas ainda apresenta uma linguagem defeituosa que requer uma correção, ou no mínimo uma ressalva.
Quando Isabela diz que “agora era Ele que daria as diretrizes”, ela confunde o que é uma mudança da sua consciência a respeito da realidade, com o que é real em si.
O que muda quando eles fizeram “a nossa parte”? O que aconteceu quando eles entregaram “aquele problema nas mãos de Deus?”
No mundo das realidades, não aconteceu absolutamente nada. Ou melhor, aconteceu que, repousando na Providência, eles diminuíram a sua exposição ao espírito de Terror, ou seja, abriram seus corações para receber o dom da Paixão. Isto é: na melhor das hipóteses, se a oração foi verdadeira, o que mudou foi a disposição espiritual dos fiéis.
Mas a presunção humanista e antropocêntrica é tão forte que na sua linguagem Isabela dá a entender que agora Deus é que teria o domínio da situação, só agora, depois que eles, Isabela e Daniel, entregaram o problema para Deus!
A situação nunca esteve fora do domínio divino, ou Deus não seria Deus.
A fraca fé do casal Mastral dá a entender que Deus depende do arbítrio humano para ser Onipotente, quando no máximo o que depende de nós é o alcance dos dons divinos, como o da Paixão, por termos a liberdade de aceitar ou não a realidade de que Deus está, como sempre esteve, no total domínio de todas as situações.
Por esse tipo de engano comum a respeito desse tipo de coisa é que eu insisto tanto em abordar a vida espiritual como vida interior, e especialmente no ponto de vista monadofílico em que toda a realidade é uma mera manifestação da unidade do nosso ser, de modo que a indeterminação que precisa ser definida é sempre a da nossa disposição de aceitar ou não a supremacia do Amor divino. É só isso o que interessa! E é por isso que o amor a Deus é o Primeiro Mandamento. Isto é a essência e o fundamento da vida espiritual.
Essas considerações a respeito da interferência nas coisas do mundo, e pior ainda, nas consecuções das diretrizes do inimigo, tudo isso é uma perda de tempo derivada do engano da Idolatria. Se vivemos na Presença do Senhor, imediatamente dispensamos todas essas confusões e dispersões da nossa alma, e nos concentramos na única coisa que interessa: a satisfação de viver na confiança amorosa na bondade do nosso Pai.
Mas essa satisfação é restrita àqueles que querem ser amados, e infelizmente parece que essa sempre é uma minoria.