The Chosen (Os Escolhidos, T1), série por Dallas JENKINS

Análise S0008-E01/08, The Chosen, série por Dallas JENKINS.

Na primeira temporada desta série acompanhamos a história de Jesus Cristo do ponto de vista dos seus Apóstolos.

Recapitulemos brevemente os pontos de destaque de cada um dos oito episódios:

  1. Eu o chamei pelo nome:

Aqui Jesus vai exorcizar os demônios de Maria Madalena, uma tarefa na qual o rabino fariseu Nicodemos falhou. Porém, ele está numa pista boa. Ele diz para sua esposa: “será que Deus não pode ser mais bonito e estranho do que imaginamos?”

Os problemas de Nicodemos, porém, são os bens mundanos que ele ama acima de Deus, como a vida matrimonial, o prestígio como religioso, etc. Sua esposa debocha de sua sinceridade: “este é um compromisso sério. Eles esperam um professor erudito, não um tolo duvidoso e blasfemo.”

  1. Shabat:

Nicodemos começa a ter algum Discernimento, embora a série faça ao seu modo uma grande valorização do Sábado e das Tradições, em detrimento de culturas supostamente inferiores, como a da brutalidade romana.

  1. Jesus ama as criancinhas:

Aqui encontramos um testemunho da Presença e da Vigilância contra mestres e família, e a valorização da simplicidade da fé das crianças.

  1. A rocha sobre a qual foi construída:

Neste episódio, acompanhamos a transição da falta de fé de Simão (Pedro) até a rendição ao poder divino. A esposa de Pedro com muita razão o censura por ele querer resolver tudo sozinho por si mesmo. Ao fim, por ser humilde, ele recebe o resgate, através do milagre da multiplicação dos peixes.

  1. O presente de casamento:

Num flashback, Jesus chama o Templo de Jerusalém de “casa do meu Pai”. Até certo ponto isto está bom, porque Deus usa o simbolismo das coisas humanas para uma finalidade pedagógica. Mas o símbolo do Templo é ambíguo para os cristãos, dependendo da linhagem, se é mais espiritual ou religiosa.

Jesus aparece muito envolvido na aprovação do matrimônio, no episódio das Bodas de Caná. Ele não está simplesmente presente, abençoando e perdoando, mas parece endossar o costume. É um abuso da linguagem bíblica.

Não se faz referência nenhuma ao sentido do milagre do vinho, ou seja, de que o melhor vem depois, que é a própria Vida Eterna. Mas esse sentido espiritual do melhor vinho ao fim da festa não faria sentido se a festa fosse considerada a própria consumação da felicidade humana.

Foi aqui que a série começou a mostrar o seu comprometimento mais sério com a Tradição Universal, o Culto do Ouroboros.

  1. Compaixão indescritível:

O discernimento de Nicodemos cresce, Deus é maior que o testemunho (os rolos da Lei), e a Liberdade supera a Tradição (por definição).

Enquanto isso Jesus faz milagres para os judeus não terem desculpas de recusa. Era mais perfeita a confiança sem sinais, mas dessa dependência judaica do Poder nem João Batista escapou. É uma característica do povo de “cerviz dura”.

  1. Convites:

Neste episódio Jesus chama o fariseu Nicodemos, e o publicano Mateus. Ele avisa aos Apóstolos para pararem de discriminarem, ou o trabalho espiritual vai ficar impossível. Quem não entender o Amor vai ficar para trás na compreensão da Obra divina.

  1. Eu Sou Ele:

Quanto mais se é investido na vida, menos chance se tem de seguir Jesus. O discipulado custa alguma coisa. Se não custasse, seria a mornidão de Laodicéia.

Vemos os dois casos mais emblemáticos: o da escravidão do rabino Nicodemos que deixa um punhado de ouro mas se recusa a acompanhar os discípulos, e o da liberdade de Mateus que larga tudo para seguir Jesus.

Com a samaritana, ao fim do episódio e da primeira Temporada, descobrimos a revelação de que Deus é adorado no coração humano, sem necessidade de montes nem de templos. Um grande testemunho da vida na Presença.

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Em geral a série é boa, porque o poder libertador do Evangelho supera todas as maquinações religiosas. Vemos a mesma coisa acontecer em todas as Igrejas cristãs.

O problema da série é a Ingenuidade, justamente na falta de distinção entre a virtude espiritual e o defeito religioso, na valorização dos costumes judaicos, do Templo de Jerusalém, etc.

Quem são, afinal, os “Escolhidos”?

É uma raça, uma nação, uma religião?

Ou são todos aqueles que amam a Deus acima de tudo?

São aqueles que possuem o conhecimento (Gnose) a respeito de quem Deus é, pela posse de uma Revelação determinada, ou são aqueles que amam a Deus porque confiam Nele?

Se o grande engano que vai ameaçar os cristãos no fim é o próprio Cristianismo, o Culto do Mashiach ben Yosef, o Jesus da série The Chosen pode ser exatamente esse Filho de José, o Messias Sofredor, preparando o caminho para o Mashiach ben David, o Filho de Davi, o Messias Triunfante, que é ninguém menos que o Anticristo.

Nota espiritual: 5,6 (Calaquendi)

Humildade/Presunção7
Presença/Idolatria7
Louvor/Sedução-Pacto com a Morte6
Paixão/Terror-Pacto com o Inferno5
Soberania/Gnosticismo6
Vigilância/Ingenuidade3
Discernimento/Psiquismo5
Nota final5,6

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