Alien Romulus, filme por Fede ALVAREZ

Quanto mais eu assisto filmes em que o ser humano se confronta com inteligências artificiais ou alienígenas, mais eu tomo gosto por torcer pelos vilões. O nosso semelhante é simplesmente burro demais, ele não merece continuar vivendo, seja sob a ótica espiritual de um ser que honra o seu Criador, seja sob a ótica naturalista da seleção dos mais capazes.

Neste filme encontramos um grupo de amigos desiludidos com tudo, mesmo consigo mesmos, querendo escapar de uma realidade que só pode ser vencida interiormente. Digo que não se desiludem em si mesmos, porque mantém aquela típica empáfia de um serzinho que presume poder dar-se a própria felicidade, e não atinam, por exemplo, com o quanto contribuem com o problema simplesmente continuando o processo da sua escravidão, ao querer essa felicidade fora de si mesmos. Temos, por exemplo, uma mulher grávida: onde ela pensa que vai com seu filho, nessa situação tão precária? Eles todos são escravos da Weyland-Yutani Corporation, com péssimas perspectivas para o seu futuro. Por que, então, se deseja perpetuar essa exata condição? Isso dificilmente passa pela cabeça de pessoas reais, quanto menos personagens de filmes. Se aceitassem sua condição e buscassem uma Redenção verdadeira, espiritual, todos acabariam muito melhor do que acabaram.

A protagonista possui um robô que é constantemente confrontado com a estupidez dos humanos, porque se vê obrigado, por programação, a proteger os imbecis.

O grupo parte para uma estação orbital abandonada, em busca de uma chance de fugir da sua condição de escravidão em seu planeta. É claro que encontrarão um cenário cheio de armadilhas e riscos, e eles cairão em todas as armadilhas, e ativarão todos os riscos.

De um lado temos aliens perigosos e inclementes, caçadores de humanos, e de outro temos inteligências artificiais a serviço da inescrupulosidade da Weyland-Yutani. No meio desse sanduíche temos o recheio da burrice humana que não conhece limites e que se enfia com convicção no meio de toda a confusão, em busca da tal da felicidade.

No fim das contas a nossa protagonista e o seu robô se salvam, mas às custas de muito sofrimento, de muitas mortes e destruição, e de um novo risco à vista, já que o destino de sua nave é uma colônia para onde estão levando o perigoso composto biológico que transforma o ser humano em monstros, etc.

É curioso que a inteligência artificial tem essa tendência transhumanista, de querer transformar o ser humano em uma criatura menos frágil e menos falível. Para fazer isso, a forma precisa ser mudada, ou seja, há algo de muito falho no ser humano. O que a máquina não percebe, porque não pode perceber, é que essa fraqueza humana possui uma função espiritual que só pode ser ativada por uma busca muito específica que transcende infinitamente o âmbito de preocupações das inteligências artificiais.

Consola-nos o fato de que, já que a maioria desses seres humanos não ativam essa busca espiritual, eles sejam justamente submetidos aos contínuos tormentos resultantes da sua Presunção. Existe uma certa justiça nos filmes de terror…

Nota espiritual: 4,6 (Moriquendi)

Humildade/Presunção6
Presença/Idolatria4
Louvor/Sedução-Pacto com a Morte4
Paixão/Terror-Pacto com o Inferno4
Soberania/Gnosticismo4
Vigilância/Ingenuidade6
Discernimento/Psiquismo4
Nota final4,6

Deixe um comentário