Wanda Vision, série por Jac SCHAEFFER

A traumatizada Wanda Maximoff, abalada com a sucessiva perda de seus entes mais queridos (os pais, o irmão, e então o companheiro), explora seu talento natural para a bruxaria, aliado ao seu aprimoramento pela influência da Jóia da Mente, para criar uma poderosa ilusão que lhe permita fugir de sua realidade.

Embora no fim ela decida liberar os seus reféns, os moradores da cidade de Westville, ela se revela como manipuladora da magia caótica, o que a torna a vilã, a Feiticeira Escarlate.

Apenas o Visão de Westville e os dois gêmeos Tommy e Billy são criações puras da mente de Wanda, análogos aos Periannath, mas ainda assim são muito imperfeitos, pois todo o seu potencial é limitado pelo sofrimento e pelos medos de Wanda.

Fui perguntado especificamente sobre essa diferença, entre a criação de Wanda e a criatividade monádica. São duas coisas bem distantes, porque Wanda produz uma ilusão restrita aos limites da sua mente, enquanto a criatividade monádica é a produção de uma realidade em comunhão com o Espírito Santo de Deus, ou seja, com a potência da perfeição.

A série possui um efeito positivo na exposição da ambiguidade moral de Wanda, além da origem do seu trauma que é basicamente a frustração do sonho de seus pais, simbolizado pela cultura das sitcoms, que era de uma vida pacífica e próspera, mas que terminou num mundo cheio de guerras, destruição e morte. Do que se trata a magia, feitiçaria, ou bruxaria, afinal de contas? Na busca do poder sobre a realidade sob a premissa de que esta precisa ser alterada para se ajustar à nossa vontade, em suma, é a arte da rebelião. Mas todo o processo civilizatório, científico e tecnológico, não faz outra coisa do que buscar atingir esse mesmo objetivo. O que aprendemos no caso particular de Wanda é como funciona o processo psíquico da rebelião num nível individual, desde o começo da tentação até os mais avançados estágios da decadência moral da personagem.

A solução para o problema de Wanda estava no Primeiro Mandamento, no Amor a Deus: seus pais, seu irmão, e seu companheiro, eram todos faces ou aspectos do Bem divino. Ela sempre amou a Deus, e como Deus não pode ser “perdido”, nenhum desses seres amados o poderiam ser, desde que ela confiasse na sua própria relação com o Criador, renunciando ao Poder em nome do Amor.

Nota espiritual: 4,6 (Moriquendi)

Humildade/Presunção5
Presença/Idolatria4
Louvor/Sedução-Pacto com a Morte4
Paixão/Terror-Pacto com o Inferno4
Soberania/Gnosticismo5
Vigilância/Ingenuidade7
Discernimento/Psiquismo3
Nota final4,6

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