Segundo Alcibíades, livro por PLATÃO

Sócrates questiona o desejo de orar da parte de Alcibíades, fazendo notar como não é difícil que os seres humanos se enganem em seus pedidos, usando como exemplo extremo o caso de Édipo. Sua argumentação, cheia de valor espiritual, lembra a lógica do fiat voluntas tua, e da entrega à divina Providência como um todo.

Querendo deixar claro como o coração do homem pode ser enganoso em seus desejos, fala da ruína de tiranos e generais, mas também de pais e mães:

Em seguida, Sócrates empreende uma campanha de humilhação de Alcibíades. Este propõe que o problema humano é a ignorância, mas o filósofo então demonstra que a ignorância é benéfica aos seres humanos quando estes são maus. Isso não somente no nível pessoal, como quando alguém é privado da prática do mal por uma ignorância particular, mas também no nível coletivo quando todo um Estado é poupado da maior ruína por ter seus membros, incapazes de viver na virtude, serem ignorantes em tantas coisas que apenas piorariam sua situação (cogite-se o quanto a pobreza relativa dos brasileiros é uma bênção camuflada, dada a sua miséria moral). É mais uma colocação de alto valor espiritual, que nos faz lembrar de como Gênesis 3 constitui muito mais uma bênção do que uma maldição, considerando o bem maior.

Sócrates termina por persuadir Alcibíades de que é melhor este buscar a virtude do que o favor dos deuses com suas orações. Dá os exemplos dos espartanos que eram bem mais sucedidos com orações breves, e do sucesso dos gregos contra os troianos, já que estes, apesar de fazerem grandes sacrifícios e rituais de súplicas, eram odiados pelos deuses por suas ações.

Nota espiritual: 5,9 (Calaquendi)

Humildade/Presunção8
Presença/Idolatria6
Louvor/Sedução-Pacto com a Morte5
Paixão/Terror-Pacto com o Inferno6
Soberania/Gnosticismo5
Vigilância/Ingenuidade6
Discernimento/Psiquismo5
Nota final5,9

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