Divertida e bem feita, a série The Sopranos conta a história dessa família americana, descendente de italianos, que é envolvida na atuação da Máfia no estado de New Jersey, especialmente através da pessoa de Tony Soprano que se torna o chefe de facto da organização naquele estado desde a Primeira Temporada.
Por melhor que seja o entretenimento, porém, esta não é uma comédia. Há muitos alívios cômicos e muita variedade de sentimentos e símbolos, mas a série não pode ser espiritualmente inócua como alguns pretenderiam que fosse o caso, inclusive o falecido James Gandolfini, que interpretou o próprio Tony Soprano.
Para a nossa finalidade aqui, consideremos que apesar de termos alguma vantagem nos territórios da Soberania e da Vigilância com esta série, no fim das contas o testemunho espiritual que ela produz é negativo. Mas o seu simbolismo, por tratar justamente da condição humana de um ponto de vista bastante universal, embora não contenha saídas legítimas (por exemplo, todas as figuras cristãs na série são religiosas e vazias), retrata ao menos a parte negativa da experiência humana de modo fiel, e neste sentido é que podemos aproveitar algo da série, espiritualmente falando.
Tony Soprano é como um Adão, e sua esposa Carmela é como uma Eva. E a série conta basicamente a história da sua Queda, por vários ângulos diferentes, e a sua insistência em viver uma vida mentirosa, ou seja, sem Deus. Os demais personagens ilustram variadas repostas a esse pacto central voltado para a idolatria da família, dos costumes, etc. Nada nos permite acreditar que os ancestrais dos Soprano fossem melhores que eles, mas persiste essa insistência na lenda do valor passado, de modo que a tendência da série é de niilismo, cacolatria, ou de idealismo imanentista do passado.
Tony é um ladrão, adúltero, mentiroso, assassino e outras coisas mais, que não quer acreditar na sua própria Liberdade de agir diferente. Pior do que isso, não só ele recusa o Bem voluntariamente, repetidamente, insistentemente, mas ele ainda detesta que outros queiram a mesma Liberdade de crer e escolher o Bem que ele nega para si próprio, e odeia até mesmo que outros ousem sequer acreditar nela, e age deliberadamente para impedir que possam escolher melhor que ele, ou para ao menos desmoralizá-los. Seu fatalismo é a crença que baseia o seu caráter depressivo. E assim ele confronta todos os personagens que ousam contrariar a sua visão de mundo, todos na sua família (com uma certa ambiguidade apenas com relação aos filhos), todos nas suas relações de negócios, e inclusive a sua terapeuta, a Dra. Melfi. Tony não é simplesmente um criminoso e pecador que precisa de Redenção. Ele rejeita deliberadamente a Redenção e se aproxima, assim, do que chamamos de Pecado Mortal, ou Pecado contra o Espírito Santo. Muitas vezes, diante de tragédias, ele questiona: “que Deus é esse?“, sem se perguntar seriamente como todas essas coisas supostamente trágicas vieram a ocorrer de fato, porque isto obviamente o levaria a questionar a sua própria escolha de vida neste mundo, os ídolos do passado, etc. Somente no fim da série Tony vai entender finalmente que não há fatalismo determinista que o obrigue a ser quem ele é, e que sua Liberdade é muito real na escolha do Mal, como veremos.
A série possui a marca desse fatalismo determinista, que já faz parte até da música de abertura (Woke Up This Morning) onde o refrão diz “mas você nasceu sob um mau sinal, com uma lua azul nos seus olhos“. O termo “blue”, uma referência à cor azul, é um símbolo da depressão e da tristeza. A série mostra o corpo de Tony lutando contra a sua vontade de rejeitar o Espírito Santo: por reprimir seus sentimentos mais legítimos ele tem ataques de pânico e ataques de raiva, coisas que o levam a se consultar com a terapeuta, Dra. Melfi. A origem do seu estresse está obviamente na depressão, ou tristeza, que ele não quer assumir e resolver de fato, porque isso envolveria uma transformação muito grande pelo questionamento das grandes mentiras que ele aceitou desde sua infância, as crenças da suposta qualidade moral de seus pais, de seu tio, da própria Máfia como um todo, etc. Sua solução, obviamente falsa, está na aposta redobrada na mentira.
Sua esposa, Carmela, faz praticamente a mesma coisa que Tony, embora por outros caminhos. Ela sabe que se prostituiu ao marido em troca de bens materiais e da falsa imagem da família unida, um ídolo que ela compartilha fervorosamente com o marido. Ela não quer romper com essa mentira e assumir as consequências, e redobra também a sua aposta na mentira, até se tornar vítima ela própria do ciclo de violência que sempre foi a realidade secreta que sustentou a sua vida. Sua religiosidade é abjetamente hipócrita e superficial.
Os filhos do casal Soprano, Meadow e Anthony Jr. (“AJ”), conforme amadurecem, precisam deliberar por si mesmos a respeito dessa herança espiritual hedionda que seus pais lhes transmitem.
A moça, que é a mais velha, por vezes parece querer decidir por romper com o esquema, mas acaba por se convencer pela conveniência de uma certa acomodação. Conforme Meadow decide por si obter sucesso no mundo, pela sua carreira, ou cogitar a construção da sua própria família com os votos de matrimônio e maternidade, ela entende que o caminho para essas realizações é, senão o mesmo, ao menos análogo ao trilhado por seus pais, e com isso vive até certo ponto uma corrupção moral em si, embora com algumas ambiguidades. A última manifestação de um eco da sua Liberdade interior veio quando, alcoolizada, ela não resiste ao sentimentalismo de seu tio-avô, quando este canta Core Ingrato no velório se seu ex-namorado, Jackie Aprile Jr. Ela zomba e depois sai correndo do pai, quase sendo atropelada. Mas Meadow não é consequente na sua reação, ou ao menos não formaliza uma reflexão mais séria a respeito, e termina como uma personagem morna, talvez a única sobrevivente da família ao fim da série.
Já AJ amadurece de forma bem mais traumática. Ele revive episódios de ataques de pânico e de ira, como os sofridos por seu pai, mas vive sua depressão de um modo diferente, aceitando a tristeza como um sentimento legítimo, ao invés de negá-la. Eventualmente, mais para o fim da série, na Sexta Temporada, ao reconhecer que o mundo não é o que deveria ser através da frustração de uma experiência amorosa, ele vai rejeitando uma por uma todas as mentiras e confortos que seus pais apontam, seja comida, sexo, sucesso acadêmico, e mesmo as ambições de riqueza ou de violência. Finalmente tenta o suicídio, ou simula uma tentativa. Mas sua evolução na série não passa disso. Sua expressão mais legítima aparece numa sessão de terapia, quando ele afirma: “As pessoas andam por aí como se isto tudo importasse, elas ficam rindo e ninguém pára para pensar no que está acontecendo. Como é possível não estar [deprimido]? Só sendo maluco para não se deprimir. Sua cabeça teria de estar tão enfiada no rabo que só o que conseguiria ver é a própria cara estúpida. Tudo está tão fodido. Por que não podemos todos apenas nos entender?“. É o adolescente no limiar da maturidade de descobrir que o mundo em que seus pais lhe colocaram está muito longe de ser o conto de fadas que se poderia supor. Porém, na confusão emocional, ele não consegue separar ainda o que é a motivação pessoal do seu fracasso particular com a mais complexa realidade da vida e do mundo onde é sim justificável que as pessoas possam rir. Mas ele não tem chance de ampliar sua visão, ou não quer se dar uma chance de entender a profundidade do problema, e eventualmente arruma uma nova namoradinha e todos nós já sabemos onde isso deve dar. Novamente parece-nos particularmente forte a busca do homem jovem de um resgate do paraíso perdido da farsa da mãe na forma de uma nova farsa, a do matrimônio, onde a esposa supre essa carência. Deus não é buscado.
Com Christopher Moltisanti, um primo de Tony que é tratado pelo mafioso como sobrinho, e às vezes até como filho, revemos o drama da escolha diante do suposto destino fatal e até com maior clareza, porque ele faz parte da Máfia. Christopher acaba mantendo-se fiel à Tony e ao seu pacto de sangue, não porque seja leal por si, mas porque isso lhe convém pois não quer pagar os altos custos implicados na escolha pela Liberdade de rejeitar Tony e tudo o que ele representa para si, mais ou menos como Carmela. Quando tem a chance de salvar sua noiva e a si mesmo dessa vida desgraçada como criminoso, ele prefere a riqueza e o status do que uma vida honesta na pobreza. O problema é que Christopher não consegue bancar sua traição contra o Espírito como Tony faz. O preço que paga é mais pesado. Ele se torna menos funcional e mais vulnerável aos seus vícios, o que o leva finalmente à morrer pelas mãos do próprio Tony na circunstância de um acidente de carro. A grande revelação do sentido de sua vida vem num momento em que ele muito ingenuamente se abre com o veterano Paulie sobre seus sentimentos pela filha recém-nascida, e é zombado com piadas cínicas e grosseiras que o tiram subitamente de sua fantasia. Os gângsteres vivem mais instalados na realidade do que idealistas tolos, sem Deus, como Christopher. É um personagem que não pode ser trágico, porque é apenas cego para o mundo e até para si mesmo. Sórdido que seja no seu humor mórbido, Paulie não será surpreendido pela dureza e crueldade da realidade. Já na primeira temporada, quando Christopher reclamava de que lhe faltava “um arco” na sua história, o jovem pergunta: “você já teve a impressão de que nada de bom nunca lhe aconteceria na vida?“, ao que Paulie responde: “sim, nada aconteceu mesmo, e daí?“. Se achando especial, mas sem encontrar a sua especialidade com o Amor de Deus, Chistopher apenas se iludiu com sonhos enganosos, e não foi por falta de aviso.
O mencionado Paulie Gualtieri, aliás, é um personagem muito peculiar. Tão culpado por mentir, roubar e matar quanto qualquer outro, separa-se porém dos demais por suas superstições e uma conexão confusa com o mundo sobrenatural. Solteiro e sem filhos, ele vive misturado, mas ao mesmo tempo separado. Teria ele alguma intuição confusa e subconsciente do sentido da realidade? Alguns exemplos da falas estranhas de Paulie mostram a sua desconfiança com relação à natureza das coisas: “Uma coisa incrível sobre as cobras é que elas se reproduzem espontaneamente. É por isso que se chama de ‘cobra’ alguém em que você não confia. Como você poderia confiar em quem se fode a si mesmo? As cobras já estavam se fodendo muito antes de Adão e Eva“, “Mantenha-se solteiro enquanto puder“, e “Por que mijar, cagar e foder ocorrem todos num raio de duas polegadas?“. Ao fim ele tem uma visão súbita da Virgem Maria na boate Bada Bing (exatamente onde as garotas costumam dançar seminuas), se reconcilia com sua tia por ter se passado por sua mãe, e então recusa uma oferta de Tony e renuncia a assumir uma posição de maior prestígio e riqueza na Máfia, acreditando que isso traria alguma má sorte para si. De todos os personagens principais da série, Paulie é o único que se pode afirmar com maior segurança que tenha sobrevivido a todos os eventos da última temporada. Ambiguamente, ele participa de tudo o que não presta, mas não do mesmo jeito que os outros. Está junto, mas não misturado.
Mas quem na série teria alguma chance de elevar sua consciência a um nível de entendimento superior?
A grande chance foi da Dra. Melfi, a terapeuta de Tony que se achava muito esperta mas demorou seis temporadas para perceber que o mafioso era mais inteligente do que ela. Um apreço pela alta cultura, aliada a um certo intelectualismo, às vezes confundem certas personalidades deslumbradas e as fazem se sentir superiores aos outros. Ao invés de forçar o bandido a confrontar suas mentiras, Melfi preferiu se deixar seduzir pelo poder e charme de seu paciente. Só conseguiu se libertar de sua ilusão quando foi praticamente forçada a reconhecer a capacidade de um sociopata de manipular o processo terapêutico para se tornar mais funcional justamente como criminoso. Eu achei essa descoberta maravilhosa. Afinal, se o objetivo do estudo e tratamento da psique é tornar os seres humanos mais funcionais, o que isso significa num mundo governado por Satanás? Tony Soprano é um caso óbvio demais, e toma a forma de um desvio ou anomalia do propósito da psicoterapia. Mas será assim mesmo? Sutilmente, o mero objetivo da funcionalidade psíquica não serve apenas para a manutenção do Sistema da Besta?
Uma hipótese esclarecedora mais potente sobre o sentido da vida vem de Lívia, a mãe de Tony, que diz ao neto, AJ: “É tudo um grande nada.” Essa serpente niilista, odienta e odiosa, traumatizou Tony que só pôde se defender desse ataque espiritual se refugiando na ilusão de valor do pai, o mafioso que quis imitar como se fosse um conquistador da vida e alguém que pudesse responder ao desafio de Lívia. É tudo uma grande mentira.
As idéias espirituais mais explícitas na série aparecem em três vertentes.
Primeiro são sugeridas na representação da forte presença da cultura católica no seio dos ítalo-americanos, mas apenas na forma de hipocrisia e sentimentalismo, ou no sentido de um certo orgulho identitário. O Padre Intintola, por exemplo, é desmoralizado como um aproveitador, embora seja notável que resista à tentação de cometer adultério com Carmela. Ele não consegue responder satisfatoriamente para ela a origem e o sentido do desejo sexual, porém. Mantém-se uma liderança espiritual fraca, como todos os cristãos que aparecem mais tarde, como o Pastor Brewster que visita Tony que está doente no hospital. Os cristãos parecem ser ingênuos ou aproveitadores inescrupulosos.
Além disso, o segundo tipo de sugestão vem de algumas idéias espirituais gnósticas que aparecem na forma de uma certa ideologia da Nova Era. Há testemunhos do Budismo sobre a dissolução da ilusão do eu numa visão que Tony tem durante o seu coma, e também uma idéia monista gerada a partir de alguns elementos da Física Quântica, trazida pela influência de um paciente hospitalizado junto com Tony.
Por fim, as idéias espirituais mais substanciais aparecem pela intervenção de um elemento sobrenatural sutil na história, em experiências como as de Paulie, mas principalmente com o próprio Tony. Isso começa através de sonhos passíveis de interpretação pela atuação da Dra. Melfi, mas depois se amplia para visões durante o seu coma, e principalmente na experiência mais significativa de toda a série que ocorre no episódio 18 da última temporada, “Kennedy and Heidi“.
Neste episódio Tony mata Christopher depois de um acidente de carro. Aos poucos ele fica satisfeito com sua ação, e cada vez mais feliz, na verdade. Ele não suporta fingir o luto, nem ter que sequer justificar para si mesmo o seu ato, e nem o falso valor da vida familiar no qual no fundo começa a perceber que não acredita. Num relance, da parte superior de sua casa, Tony vê na sala abaixo a viúva de Christopher amamentando a filha, enquanto a avó, mãe de Christopher diz: “Ela não sabe de nada. Deus não é mesmo maravilhoso?” Sua posição neste momento é muito simbólica. Ele, desde cima, como um “deus”, também olha para essas mulherzinhas tontas e cegas sendo maravilhoso ele mesmo ao não compartilhar com elas as verdades que elas não aguentariam. O próprio ato amoroso de amamentar, que normalmente significaria segurança e cuidado, se mostra como parte de um esquema de acobertamentos do mal, ou até como a nutrição de uma promissora futura cumplicidade na ignorância. Essas sutilezas na série são fenomenais. Tony já não aguenta mais ficar no meio desse teatro patético representado por atores inferiores. Decide ir para Las Vegas espairecer.
Durante sua viagem a verdade é revelada. Inicialmente Tony perde ao jogar no cassino, continuando sua maré de azar que já vinha de tempos antes. Mas então toma droga (peiote) com uma prostituta. Volta aos jogos. Uma significativa imagem de um diabinho parece lhe sugerir alguma coisa qualquer. Então ele começa a ganhar repentinamente, e de forma espantosa. “Ele está morto!“, comemora. Era preciso que matasse Christopher para destravar algo em sua vida. Mais tarde, numa paisagem desértica inspiradora, Tony vê um flash de luz saindo do sol vermelho no horizonte, várias vezes. Ele se levanta, comovido, ergue os braços e proclama: “Eu entendi!” Está eufórico, mas não parece realmente feliz, e sim aliviado porque algo lhe foi esclarecido. Ri e chora ao mesmo tempo. Seus sentimentos estão confusos diante de uma revelação profunda. Ri porque entende algo muito valioso, mas chora porque o que ele entendeu é terrível.
Não é novidade nenhuma que o uso de drogas psicodélicas é um meio comum de liberação de acesso da consciência humana para a comunicação com espíritos infernais. Qual mensagem Tony teria recebido ali, naquele deserto? A resposta me pareceu muito simples na segunda vez que assisti a série. Tony entendeu uma grande verdade que esclareceu-lhe o sentido de sua vida: este mundo pertence ao diabo, e aqueles, como ele próprio, que servem apenas aos seus desejos de poder e satisfação, não precisam prestar contas senão a si próprios, porque este mundo lhes pertence. Christopher precisava morrer porque, embora vacilasse na sua escolha, o próprio Tony, não vacilando na sua própria decisão, fez apenas o que lhe cabia na sua própria Liberdade. Tony tomou consciência do sentido espiritual de sua própria decisão, finalmente. Sua jornada de autoconhecimento alcançou o ápice. O propósito de sua vida foi realizado e ele está pronto para morrer em breve.
O que Tony não conseguiu encarar através de todos os seus anos de terapia, a experiência com a droga no deserto de Las Vegas o obrigou a ver: que ele fez o que quis com a vida que teve. Não importa mais fingir que sua vida foi fatalmente predeterminada pela sua vontade de agradar e obter o amor de seus pais, e de fingir que eles eram bons. Foi ele quem trocou o Deus verdadeiro e seu Amor pela idolatria da família e, principalmente, pela busca do Poder. Tony não precisa mais fingir que não consegue mudar sua vida, porque agora ele sabe que não quer fazer isso.
É muito conveniente atentarmos para o sentido da Liberdade independente de quaisquer transgressões particulares: o que o ser humano precisa conhecer é a sua própria Arbitragem a respeito do Amor divino, isso já tendo como pressuposto, como diz o apóstolo Paulo, que todos são pecadores e que ninguém se salva por si (“Deus encerrou a todos na desobediência para a todos fazer misericórdia“).
Esses dois personagens de quem falamos aqui, Paulie e Tony, por exemplo, são comparáveis e semelhantes por todos os seus crimes e pecados, mas suas decisões diante de uma visão do Sagrado são diferentes: um restringe sua vontade por confiança em algum Bem transcendente que ele não entende direito mas ao qual quer se submeter, e o outro a libera completamente de qualquer restrição.
Nota espiritual: 3,4 (Moriquendi)
| Humildade/Presunção | 5 |
| Presença/Idolatria | 2 |
| Louvor/Sedução-Pacto com a Morte | 1 |
| Paixão/Terror-Pacto com o Inferno | 1 |
| Soberania/Gnosticismo | 6 |
| Vigilância/Ingenuidade | 7 |
| Discernimento/Psiquismo | 2 |
| Nota final | 3,4 |