Monadofilia é uma filosofia cristã que propõe o Amor pela Unidade, que é a forma do Ser (§1, Cap. I)

Monadofilia é uma filosofia cristã que propõe o Amor pela Unidade, que é a forma do Ser. A filosofia é o amor pela sabedoria. O amor é o desejo que o amante tem pelo bem do amado. A sabedoria é o conhecimento do Bem, o conhecimento dos Princípios, o conhecimento do conhecimento, ou a Apercepção da Percepção, ou a consciência da consciência: ela informa o ser que conhece, que percebe ou que é consciente do valor e do sentido de sua experiência intelectual. Essa sabedoria, ainda indiferenciada e desqualificada, se apresenta apenas como um ideal amável pelo filósofo, pela inspiração que o conhecimento das verdades apodíticas (aletheia apodeixis) demonstradas inicialmente pela Geometria, e depois depuradas conceitualmente nas idéias de juízos analíticos a priori (Kant), ou juízos de razão (Leibniz), sugerem. Como a Sabedoria cristã é diferenciada e qualificada pelo conteúdo revelado do Evangelho, a filosofia cristã é o amor de quem ama a Sabedoria do Evangelho, de modo que tanto a premissa maior quanto a conclusão final são dadas antes do processo filosófico em si. Desta maneira a investigação filosófica cristã não tem como propósito descobrir o objeto do seu amor, que é o Evangelho, mas somente o motivo de porque ele é amável. Sendo o Intelecto humano gerado e sustentado pela Graça da iluminação pelo Intelecto divino, a filosofia cristã não vai modificar o seu praticante senão na sua qualidade de amante esclarecido de Deus, como uma forma de realização do Primeiro Mandamento, na descoberta do sentido da bondade da Sabedoria divina que a torna amável. Note-se que todas as filosofias indiferenciadas, ainda que não possuam necessariamente conclusões peticionadas em princípio, devem possuir necessariamente premissas declaradas como autoevidentes, ainda que não sejam necessidades metafísicas. A escolha do Evangelho como premissa da filosofia cristã é somente a aplicação intelectual do conteúdo da crença cristã que se coloca para o crente como autoevidente tanto quanto quaisquer outras crenças podem ser indefinidamente postuladas por outros tipos de filosofia na formulação de suas premissas. O privilégio cristão é o da escolha de confiar em Jesus Cristo que diz de si mesmo: “Eu Sou a luz do mundo, quem me seguir não andará mais nas trevas, mas terá a luz da vida“. Os filósofos que não querem ser cristãos podem ter seus próprios privilégios, mas estes lhes custam a decisão de ser indiferentes ou repelentes ao testemunho que Jesus dá de si mesmo, por sua própria conta e risco. Por fim, a Sabedoria do Evangelho revela a Unidade como forma do Ser por diversas declarações, especialmente na Revelação do Filho de Deus em sua relação com o Pai, e no Amor como Causa Final do Ser. Isso se coaduna com a necessidade ontológica da Substância Simples, ou Mônada, que corresponde metafisicamente como princípio intelectual necessário ao Primeiro Mandamento e a Revelação do Nome de Deus (EU SOU), contra todo tipo de mentira na forma das várias idolatrias. Além do testemunho de Deus através de Moisés em Êxodo 20, temos Jesus afirmando que “o Bom é um só“, e o apóstolo Paulo ensinando que “Nele somos, nos movemos e estamos“, entre outros exemplos que podem ser encontrados. O sentido da vida humana é encontrado na sua analogia, por imagem e semelhança, com o Ser divino, cujo Bem é encontrado em Si mesmo, e cujo bem particular que nos completa contingencialmente é informado pelo nosso Limite. Com a consciência da Unidade do Ser sendo eminentemente amável, todos os erros intelectuais e morais derivados de ignorância ou confusão gerados pela ilusão da Idolatria se desfazem. Como filosofia cristã, a Monadofilia se propõe, assim, como a melhor descrição da natureza da realidade e da condição da experiência humana.

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