A guerra em Israel: até onde ela chega, vai longe ainda, ou pode através dela vir uma 3ª GM?

Pergunta enviada por Rodrigo no grupo do Whats: “Esta guerra em Israel, até onde ela chega, vai longe ainda, ou pode através dela vir uma 3ª GM?”

Em primeiro lugar, convém compreender que nenhuma Guerra Mundial começou jamais com um anúncio oficial nos jornais. Uma coisa é a história como disciplina científica, com visão em perspectiva temporal, e outra coisa é a história contemporânea como fenômeno atual. Fosse em Agosto de 1914 ou em Setembro de 1939, a classificação de “Guerra Mundial” nunca foi imediata, e até a discussão da realidade dessa interpretação não está totalmente vencida. Há quem chame a Guerra Fria de 3ª G. M., o que nos levaria agora à uma 4ª G. M., assim como há quem diga que a “Guerra ao Terror” iniciada em 2001/2002 já foi o começo da quarta grande guerra. Em suma: é mais fácil ler um livro de história do que estudar a discussão histórica (inclusive o revisionismo), e é mais fácil ainda estudar a discussão do que interpretar a própria história em tempo real enquanto ela é vivida.

Em segundo lugar, é bom lembrar que a imprevisibilidade em cenários de conflito é muito alta. Pode até ser fácil começar uma guerra, mas é muito difícil terminar uma, a não ser que se desista da vitória, o que obviamente nenhum dos beligerantes tem o interesse, ou não estariam lutando. Entre as várias ações humanas, a guerra provavelmente deve ser a mais cara e mais imprevisível de todas, a não ser que a assimetria de poderes seja muito grande. E, por definição, nenhuma guerra mundial poderia iniciar jamais se um poder hegemônico tivesse a capacidade de preveni-la por uma vantagem assimétrica. Isto quer dizer que se tivermos uma guerra mundial, isto já significa que não há um poder favorito, e a previsão de qualquer cenário resultante é muito difícil para não dizer impossível.

Até onde essa guerra chega?

Em princípio, até onde Israel estiver disposto a chegar em termos de cálculo político. Infelizmente isso pode depender muito de como o líder de Israel enxerga a sua própria sobrevivência política, já que a paz provavelmente vai destroná-lo. Teria ele, assim, interesse pela paz?

O maior problema da “Guerra ao Terror” é que o inimigo tem uma consistência mais ideológica do que militar. O Hamas não pode ser derrotado com armas, porque ele não é um grupo político que tem uma idéia, é uma idéia que tem um grupo político. E é por isso que muitos dizem que o verdadeiro objetivo de Israel é o domínio de Gaza, seja por razões econômicas, religiosas, etc.

No meu entendimento, sempre de olho na escatologia e no sentido espiritual das coisas, Israel pode ser sim o financiador do terrorismo tanto quanto os EUA o foram para justificar reformas legislativas e o aparato militar. Não estou acusando nada. Há lideranças palestinas que fazem isso. Minha questão é de mera especulação. Não é difícil para um serviço de inteligência bem financiado e treinado fazer ações de false flag, inclusive e principalmente as maiores atrocidades que produzem justamente o efeito moral de justificação da guerra.

Na maior perspectiva, porém, o alinhamento profético se daria no desejo que o rabinato cabalista messiânico tem de preparar Israel para a chegada do seu Messias. Isso inclui, obviamente a conquista do Monte do Templo. Como o Messias deles poderá reinstalar o antigo culto sem um Templo? É necessário construir o Terceiro Templo, portanto. A Maçonaria do mundo inteiro está pronta e atuante. Mas primeiro, antes que venha essa “paz” das Leis de Noé, é necessário que venha uma guerra que a justifique, de modo que todas as nações sucumbam ao apelo do Messias pela pax perpetua. Para isso, nada melhor do que trazer para a realidade a profecia da Batalha do Armageddom, Gog e Magog, etc. O atual Estado de Israel tem essa função política e escatológica, e nesse sentido Netanyahu é um servo do Messias judeu, levando sua nação e o mundo a esse abismo que requererá uma solução messiânica.

Então é isso que precisamos checar, para saber se essa guerra vai longe ainda, ou se fica por aqui: se Israel parar e um novo status quo for estabelecido na região, podemos desligar o alarme da guerra mundial e do Fim do Mundo.

Se eles continuarem a guerra, daí o alerta permanece e aumenta.

Quais sinais devem ser observados nesse sentido?

A expansão de Israel para a Cisjordânia, a entrada em massa do Hezbollah pelo Líbano, a interferência da Marinha Americana contra este grupo, e então o conflito do Irã contra os EUA na região, o que chamará a Rússia e a China ao cenário.

Em termos de gatilhos proféticos, atentem para a entrada da Turquia na guerra. Os turcos podem mobilizar mais de um milhão de tropas e chegar às Colinas de Golã em coisa de 48 horas, desde que obtenham um acordo com a Rússia para obter passagem pela Síria. É neste caminho da estrada para o sul que Israel poderia ativar o seu Protocolo Sansão e bombardear uma cidade como Damasco com armas nucleares. Este certamente é um enorme gatilho profético. A Turquia, por sua vez, poderia obter armas nucleares do Paquistão.

Todo o mundo muçulmano pode ser dragado pelo conflito já que suas profecias os obrigam a marchar para Jerusalém. Qual foi mesmo o nome da operação do Hamas no dia 07 de Outubro? Al-Aqsa Flood? Amaliyyat ṭūfān al-ʾAqṣā. O Dilúvio de Al-Aqsa.

Pode-se analisar isso tudo friamente, não crendo necessariamente no que estas pessoas crêem, mas simplesmente entendendo que as crenças delas as movem em certa direção.

Se o diabo está por trás de todas as religiões, como eu acredito, é muito natural que ele queira entronizar o Filho da Perdição em Jerusalém usando todas as filiais do inferno na Terra, judaísmo, cristianismo e islamismo: o judaísmo providenciando o sionismo que é a origem do conflito e o cabalismo que é a forma de culto do Terceiro Templo a ser erguido em Jerusalém, o cristianismo providenciando a conversão do Ocidente às Leis de Noé através da ação da Maçonaria e a oposição militar que vem do seu lado (o papel de Esaú/Edom à serviço de Israel), e o islamismo providenciando a mesma conversão às Leis de Noé no Oriente e a oposição militar que vem do outro lado (o papel de Ismael à serviço de Israel).

O outro grande gatilho profético nesta sequência seria o bombardeio de Jerusalém com armas convencionais pesadas, causando a destruição da Mesquita de Al-Aqsa. Quando todos estiverem cansados da guerra (e talvez animados com a descoberta da Arca da Aliança em Jerusalém?), a construção do Terceiro Templo será vista como a realização da paz para o mundo inteiro. Isso poderia coincidir com uma reeleição de Trump nos EUA, o que aliás faria bastante sentido por vários aspectos.

Este é um olhar espiritual da coisa.

Geopoliticamente, podemos entender como os EUA em declínio podem desejar um conflito antes da sua queda, evitando que os BRICS conseguissem poder suficiente nos próximos dez ou vinte anos. Seria uma opção arriscada, mas que não deixaria de fazer algum sentido. A Rússia teria que defender o Irã para impedir que a Turquia pendesse para o lado da OTAN, e a China teria que defender as rotas de importação do petróleo necessário para manter a sua economia.

Nós podemos ter, sim, uma guerra mundial, dependendo em primeiro lugar do quanto Israel estaria disposto a persistir nas suas metas, e em segundo lugar no quanto os EUA estariam dispostos a bancar a ofensiva israelense. Os BRICS ainda não têm iniciativa e poder suficiente para começar uma guerra mundial, e nem para pará-la.

Se me perguntarem, digo que o sinal mais importante para saber se iremos nessa direção é a postura de Israel na Cisjordânia, depois que a situação de Gaza estiver mais ou menos estabilizada.

Lembrem-se de que para que a previsão de Gabriel Ansley se cumpra, com o retorno de Jesus em Setembro de 2028, provavelmente será necessário que tenhamos um caos mundial até Abril ou Maio do ano que vem, 2024. O que significa que, pelo menos no sentido dessa previsão, teremos uma noção clara de confirmação ou desmentido nos próximos seis meses.

Qual é o significado da passagem de Apocalipse 22:15? Quem não vai entrar no Paraíso?

Diz a Escritura: “Ficarão de fora os cães, os mágicos, os impudicos, os homicidas, os idólatras e todos os que amam ou praticam a mentira.”

Essa “lista” pode variar um pouco dependendo da edição da Bíblia que cada pessoa usa. A citação acima veio da Bíblia de Jerusalém. Já a citação indicada pelo próprio autor da pergunta fala de feiticeiros no lugar de mágicos (até aí nada de muito diferente), mas inclui os adúlteros, que não constam da outra versão, e nem de outras mais antigas que podem ser consultadas. Por que existe esta diferença?

Para começo de conversa, devemos ter em mente que Deus não precisa de checklist para verificar quem entra ou não no Paraíso. E, aliás, os cristãos também não deveriam precisar. Pense comigo: se você está em paz com Deus e confia no Amor Dele, qual é o seu problema de saber quem vai ou não entrar no Paraíso? Esse assunto não diz respeito a nós e ao nosso relacionamento com Deus. Sendo assim, esse alerta existe, exatamente como a antiga Lei mosaica, para a advertência daqueles que desprezam o Amor de Deus, para que estes estejam notificados sobre o seu destino e não aleguem ignorância em sua defesa. Eventualmente pode servir também ao cristão morno, da Laodicéia, para que perceba sua própria mentira o quanto antes.

É claro que a inclusão dos adúlteros causa confusão, porque se estes são os adúlteros espirituais, essa categoria já está representada pelos idólatras (são sinônimos), e se, por outro lado, isso se refere aos adúlteros carnais, lá atrás essa questão já tinha sido levantada e resolvida (Mt 5:27), quando Jesus esclareceu que qualquer pessoa que tenha o desejo do adultério no seu coração já o cometeu diante de Deus, mais uma evidência de que o ser humano não pode se salvar por suas virtudes, mas somente pela pura força do Amor divino.

Ora, se é assim, por que alguém incluiu isto nesta passagem? É uma típica interferência religiosa que vai na direção à escravidão da carne e contra o discernimento espiritual. Ao invés de ensinar a libertação contra esse sacramento dos infernos chamado Matrimônio, as igrejas permanecem consagrando as uniões carnais, o que mantém o problema da desordem que advém do adultério, inevitavelmente tanto quanto à luz do dia se segue a escuridão da noite. O caos gerado pela ignorância e pelo desprezo da liberdade pode fazer a religião cristã chegar ao ponto de ter que colocar os adúlteros na lista de Ap 22. Novamente, se os adúlteros são os espirituais, esses já são os idólatras que constam da mesma passagem. Esse tipo de coisa é muito comum na religião. É o mesmo problema do aborto: as igrejas não ensinam a liberdade contra a reprodução de escravos neste mundo, bem ao contrário, incentivam a continuidade do esquema todo, e então devem lidar com a questão contínua da gravidez indesejada, algo que vai continuar existindo até o Fim do Mundo. Se o ensinamento moral estabelecesse toda gravidez como a continuidade do Pacto Ouroboros, a condenação do aborto seria mais absoluta e perfeita, porque qualquer ato que levasse a esta situação já seria condenável in limine, sem a necessidade de se fazer distinções cansativas que só geram mais confusão.

Esta é a nossa situação: já não basta ter que lidar com uma natureza decaída e com a vida num mundo governado por Satanás, é preciso também tratar com as perturbações adicionais que nos são acrescentadas pela Religião, essa gigantesca e inútil máquina de desentortar bananas. Claro que prefiro viver num mundo ordenado, onde a paz é mantida pela força desse tipo de instituição. Viver na total anarquia seria pior ainda. Mas um mal menor não deixa de ser um mal, não nos custa lembrar.

Mas, enfim, o que significa essa lista de pessoas que não vão entrar no Paraíso?

É uma descrição de pessoas que não querem viver com Deus.

Perceba que não se trata aqui de dizer que alguém QUER entrar no Paraíso, para a Vida Eterna, e então Deus chega e diz: não quero que você entre. Não é isso! Quem pratica essas coisas que Deus descreveu e se identifica com essas atitudes ao ponto de não ter nenhum arrependimento –ou seja, possui o desejo de continuar com a sua prática indefinidamente–, pois bem, essa pessoa não tem o que fazer no Paraíso, porque já é da sua escolha livre não querer viver com Deus e não querer se converter dessa decisão.

É por isso que se diz que a Lei só serve para os que a odeiam, porque os amantes de Deus não precisam que nenhuma Lei lhes seja forçada desde fora, já que gostam de praticar as coisas que agradam a Deus porque apreciam a instrução que Ele lhes dá em seus corações, e se ainda assim eventualmente falham, não tardam a reconhecer seu erro e a persistir no caminho da Salvação, principalmente com Humildade, confiando no Perdão divino (“se tropeça, não chega a cair, porque Deus lhe sustenta“).

Então, quem vai ficar de fora da Vida?

Vai ficar de fora quem quer ficar de fora.

A Justiça de Deus é perfeita, e se chama Misericórdia, o poder de dar a cada um o que cada um pede, inclusive a morte a quem prefere a morte.