O dever moral dos líderes cristãos na questão da guerra na Palestina

Vamos partir da premissa elementar de que todas as lideranças religiosas servem ao diabo, no papel de Bispo no Sistema da Besta, para legitimar a usurpação contra o governo divino e no incentivo da perpetuação do Pacto Ouroboros.

Segunda premissa da nossa análise: tatu não sobe em toco. Se o tatu está em cima do toco, alguém colocou ele lá. Quer dizer: Deus, o Criador de todas as coisas, não produziu essa situação hedionda que se vê. Foram os seres humanos que se colocaram nisso.

Terceira premissa: como a natureza profunda de todos os problemas humanos é a vida espiritual, e esta é um fenômeno individual, a única solução verdadeira é individual, a saber, a renúncia voluntária a todo tipo de poder não ditado por deveres de estado circunstanciais. Não existem soluções coletivas, políticas, para problemas fundados na traição individual de cada ser humano. Vivemos no meio da manifestação do encontro de cadeias complexas de ação e consequência, mas no fim das contas só temos a mesma realidade fundamental que deve ser vivida individualmente, com consciência e responsabilidade individual.

Dito isso, quando vemos a questão da guerra atual na região da Palestina entre Israel e o Hamas, podemos nos questionar sobre qual é o dever moral dos líderes cristãos nessa questão, ou seja, qual seria a indicação da solução do problema do ponto de vista dos seguidores de Jesus Cristo.

Tenham em mente, levando em conta a nossa premissa inicial, que não estamos falando dos office-boys do inferno, como o Papa ou os Bispos da religião católica, os Patriarcas Ortodoxos, ou dos ditos pastores e guias do rebanho evangélico. Quem é cristão confia e segue a Jesus Cristo, que mandou não chamar a ninguém de mestre, nem de pai, e nem de guia.

Se existisse uma liderança assim, o que ela diria a respeito desta situação toda que estamos vivendo hoje no Oriente Médio?

  1. Que um judeu, como qualquer outro ser humano que tenha qualquer outra religião, pode participar de uma nacionalidade qualquer como, por exemplo, os cristãos e os muçulmanos fazem, preservando a sua cultura religiosa dentro dessa coexistência pacífica;
  2. Que a opção Sionista, como solução de sobrevivência, se baseia na instrução de rabinos messiânicos que alarmam seus seguidores com os perigos da assimilação, o que obviamente incentiva a discórdia, o anti-semitismo e a perseguição nos países de origem;
  3. Que a mesma opção, ao justificar a fundação do Estado de Israel, propõe resolver um problema que ela mesma criou gerando um outro pior ainda, porque a Palestina já existia como realidade política dentro da qual poderia haver coexistência pacífica entre todos os credos, ordem essa rompida com a solução Sionista;
  4. Que a opção Sionista, representando uma segregação com base na presunção da eleição divina, vai gerar os resultados negativos que devem ser aceitos como consequência inevitável da discordância com o ponto de vista dos outros povos do mundo, em especial do povo Palestino e dos Árabes em geral;
  5. Que individualmente cada judeu é convidado a aceitação de Jesus Cristo como o verdadeiro messias, o que significa a liberação imediata desse condicionamento religioso e político que leva à guerra, convite este que por sinal é estendido aos muçulmanos que podem individualmente receber a mensagem da libertação de toda escravidão, e deixar para trás as obsessões de suas próprias lideranças religiosas e políticas;
  6. Que cada judeu, assim como cada muçulmano e cada cristão, pode verificar a maior conveniência da renúncia ao Pacto Ouroboros, impedindo a continuidade do sacrifício humano (o maldito cálculo das “perdas” na guerra) pela renúncia à geração tanto das vítimas quanto dos algozes da guerra.

É óbvio que se existir uma liderança cristã que aponte para esses tópicos, sua mensagem estará inevitavelmente soterrada pela violência da autojustificação religiosa e política que só quer a falsa justiça da continuidade do ódio, da vingança, do assassinato e da destruição.

De qualquer modo, é um dever moral fazer estes apontamentos, mesmo que seja para o desprezo de toda uma humanidade empenhada em seus próprios planos. Ser ignorado é uma prerrogativa a quem quer que queira imitar o amor à verdade dos Profetas, para não falar do próprio Jesus Cristo.

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