Quando as famílias migram do meio rural para o urbano e decidem ter menos filhos, isso evidencia que a anterior elevada taxa de natalidade não se justificava por razões altruístas e espirituais, mas meramente por um cálculo de conveniência econômica: os filhos que antes eram contabilizados como ativos (mão-de-obra) que garantiriam um envelhecimento com maior conforto e segurança, agora se tornaram passivos geradores de despesas.
Do mesmo modo, se há algum resíduo na natalidade urbana, esta se deve ainda em parte a uma preocupação com a velhice desamparada da parte dos progenitores, e em parte ao novo problema urbano do vazio existencial pela falta de objetos externos de devoção e sacrifício imanentes, ou seja, por uma conveniência psicológica.
Nunca foi Deus. Sempre foi o homem.
Sem a Esperança no Amor do Pai, este ser decaído e amaldiçoado tenta realizar a promessa da Serpente no Éden. E assim pula da frigideira para o fogo: do medo da miséria ao medo da falta de sentido numa vida espiritualmente vazia.
Todo o sentimentalismo que já conhecemos muito bem sempre foi e continua sendo uma superestrutura que cobria com um véu de autoengano a realidade da infraestrutura econômica e psicológica.
Em suma, a especialidade humana é a criação de um disfarce mentiroso que sirva para cobrir a sua nudez espiritual.
Essa nudez espiritual não só foi herdada dos costumes da cultura de cativeiro, mas continua sendo confirmada pela recusa a uma vida entregue à Graça divina.